Gabriela Davanço Rizzi's profile

Escrita acadêmica - Biografia de Ziraldo.

RESUMO:  As meditações, aqui presentes, têm como finalidade apresentar as vivências do cronista, jornalista e cartunista Ziraldo Alves Pinto (1932). Em relação à metodologia, faremos uma revisão bibliográfica e videográfica em acervos digitais. Como aporte teórico majoritário, será utilizada a entrevista, concedida pelo autor, para o programa “Roda viva”, veiculada pela Tv Cultura em 2018. Tal intento se mostra necessário diante da imensa notoriedade do artista no cenário cultural brasileiro, que veio a inspirar até mesmo obras de outros grandes escritores, como os poemas de Carlos Drummond de Andrade.


O AUTOR E A OBRA

    Ziraldo Alves Pinto, cronista, jornalista, dramaturgo e cartunista, é mineiro. Nascido em uma cidade do interior chamada “Caratinga”, teve sua paixão pelas artes aflorada logo cedo. Em tenra idade, aos 8 anos, teve um desenho publicado no jornal “Folha de minas”. No ensino médio, foi estudar no Rio de Janeiro, e retornou à cidade natal ao concluí-lo. Embora seus estudos formais fossem em direito – Ziraldo concluiu sua formação na UFMG, em 1957 – sua carreira profissional sempre tocou o mundo das artes, e da escrita.
   Com um desenvolvimento profissional bastante próspero, trabalhou na “Folha da manhã”, atual “Folha de São Paulo”, em uma coluna voltada ao humor. Suas obras, como “A Turma do Pererê”, cancelada em 1964, sofreram perseguição durante a ditadura militar. O autor em si também sofreu perseguição no período, visto que era alinhado aos ideias de esquerda e, portanto, crítico ferrenho do regime. Ziraldo fundou e dirigiu o famigerado “O Pasquim”, jornal voltado à oposição. Possivelmente, a veiculação desses escritos levou à prisão de Ziraldo, que ocorreu um dia após a instauração do AI- 5, em 1968, considerado, por muitos, o ato institucional mais mordaz da ditadura.
   Em 1980, Ziraldo deu vida à sua mais lustre criação: “O menino maluquinho”.  Além de ter sido um sucesso editorial, foi adaptada para o cinema e para a televisão. Suas obras fizeram e fazem parte da vida de muitos brasileiros e alcançaram até mesmo o exterior, visto que seus trabalhos já foram traduzidos em mais de 5 idiomas. No início dos anos 2000, teve participação na revista “Bundas”, uma sátira à revista “Caras”. Em seus escritos, Ziraldo e seus companheiros, com seus espíritos irreverentes, falavam em tom jocoso sobre o dia a dia das celebridades. Ziraldo, atualmente, ainda é participante ativo no mundo das publicações. Em 2016 teve, mais uma vez, seus esforços recompensados ao receber a Medalha de Honra da Universidade Federal de Minas Gerais.
   Ao longo de sua carreira, o autor acabou por se envolver em algumas polêmicas de cunho ideológico, sendo acusado de homofobia ao criticar a Rede Globo, a atriz Fernando Montenegro, e o modo de veiculação da homossexualidade nas telenovelas. Nas palavras do autor, “O problema da homossexualidade é que ela está hiperdimensionada. A TV Globo acha que está fazendo um grande serviço ao 'modus vivendi', ao dar chance aos homossexuais de assumirem a sexualidade deles” (2015). Acusações essas das quais Ziraldo veio a se defender posteriormente.


A ENTREVISTA NO PROGRAMA RODA VIVA
 

     A entrevista, concedida por Ziraldo em 2018, tem caráter intimista. O autor revela questões pessoais, profissionais e ideológicas. Mostra calmaria diante das incertezas da vida e boa relação com a dúvida. O jornalista Ricardo Lessa pergunta a Ziraldo acerca da sua visão do Brasil hoje. O autor não teve pudor em dizer que não havia se preparado para esse questionamento, e que considera o cenário um tanto quanto confuso. Acrescenta: “Eu sou o velhinho maluquinho [...] Não estou em condições de conduzir a minha velhice.”
   Questionamentos acerca da ditadura foram levantados pelo cartunista Carlos Ruas. Ele pede para que Ziraldo verse sobre a dificuldade de expressão artística nos anos de Chumbo. O autor argumenta que no início da ditadura trabalhava no “Jornal do Brasil”, e que lá não fora censurado. No entanto, como bom mineiro, não transgredia as barreiras a ponto de comprometer a si mesmo e ao jornal. Fazendo, nessa época, o que chamou de oposição consentida. Foi na época do Pasquim que, nas palavras do autor, ficaram mais “atrevidos”.
  Em síntese, a conversa com o autor perpassou inúmeros aspectos da vida de Ziraldo, desde suas posições políticas, até suas influências na literatura brasileira. Passando por sua infância, sua relação com os pais, e sua vivência na época ditatorial. Mostrando, assim, diversas facetas da lenda viva que é Ziraldo Alves Pinto.  


CONSIDERAÇÕES FINAIS

   As considerações, aqui presentes, foram encontradas com facilidade em uma breve pesquisa em rede. A linguagem utilizada na fonte principal é de fácil entendimento, e há informações variadas sobre o autor na entrevista consultada.  No entanto, ao menos diante de um primeiro olhar, a comunidade científica carece de artigos formais que versem sobre a vida e a obra dessa impressionante personalidade da escrita brasileira que é Ziraldo.
 











REFERÊNCIAS

RODA VIVA | ZIRALDO | 16 / 08 / 2018
 Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=h4VuI51pGuE
Escrita acadêmica - Biografia de Ziraldo.
Published:

Escrita acadêmica - Biografia de Ziraldo.

Published: