Quem conversa sobre cinema comigo sabe que eu adoro meter o pau no cinema do Christopher Nolan. Na minha opinião nunca é demais falar sobre ele pelo simples fato de ele me irritar horrores com o tipo de cinema que ele faz e me irritar mais ainda com a lavagem cerebral que ele fez na população mundial, que insiste em considerar ele um Deus do cinema. Qual o intuito desse texto, afinal? Bom, fazer um simples questionamento: é sério que vocês gostam tanto assim do que ele faz?

Eu entendo e, ao mesmo tempo, não entendo o motivo pelo qual as pessoas gostam tanto dos filmes que ele faz. Na verdade, eu consigo entender o público de massa gostar tanto dos filmes dele porque suas obras tem uma capacidade enorme de dialogar com esse público, mas não consigo entender as pessoas que estudam cinema, os verdadeiros cinéfilos e estudiosos, e muito críticos gostarem tanto do cinema dele. Para uma pessoa com o mínimo de conhecimento cinematográfico fica fácil perceber que o trabalho dele é completamente desonesto. Sim, desonesto. A partir de agora só vou usar essa palavra para descrever o tipo de cinema que ele faz porque se encaixa perfeitamente.

Apesar de eu já ter admitido que acho ele um cara talentoso, isso não anula o fato de ele ser um cineasta insuportável e arrogante. Como eu sou um apaixonado por cinema e que gosta de achar qualidades nos filmes, já assisti os filmes do Nolan repetidas vezes para ver se eu mudo de opinião em relação ao trabalho dele e eu juro que eu tento gostar dele, mas simplesmente não rola. Na verdade, quanto mais eu assisto, mais eu odeio. Claro que ele tem suas qualidades como diretor. Seria muita injustiça eu dizer o contrário; no entanto, para mim os defeitos se sobressaem bem mais que as qualidades.

Personagens extremamente rasos que servem apenas para explicar o que acontece na tela; exposição excessiva; espetáculo pelo mero espetáculo só para mostrar que ele sabe filmar cenas ultraespetaculares; uso desnecessário da trilha sonora a cada segundo de filme para forçar uma grandiosidade inexistente; sons altos demais também para forçar essa tal grandiosidade insuportável; e ação se sobressaindo sobre o roteiro. Resumidamente falando, é um cara pretensioso, um enganador, um showman megalomaníaco que prefere mostrar como ele é um gênio do cinema fazendo um cinema desonesto ao invés de fazer um cinema sincero valorizando o poder das imagens e de seus personagens para contar uma boa história.

Eu o considero um bom diretor. Acho isso inegável. Mas não é só porque ele é bom que faz filmes bons. O dia que ele decidir parar de ser um pilantra e fazer um filme sincero, muito provavelmente vou começar a valorizar o trabalho dele. Para você que acha que ele é um gênio, faça um simples exercício ao assistir os filmes dele: preste atenção no roteiro; nos personagens; na trilha sonora; e no espetáculo que ele cria. Preste muita atenção mesmo. Ao analisar esses pontos em todos os filmes que ele já realizou, - ou melhor, quase todos porque ele tem uns três filmes decentes - você vai perceber que o cara chato do rolê é ele e não eu.​​​​​​​
Rascunhando o texto no caderno, escrevi essa frase só pra reforçar a ideia.
Um Cara Chato
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