Bernardo Horta's profile

CENTRO ADM DE BELO HORIZONTE ★

Premiação: ★ 3º Lugar
*Concurso desenvolvido em parceria com Estudio Arquitetura (Eduardo França e Leticia Oliveira), Meius Arquitetura (Guilherme José e Giulianno Camatta), Pedro Haruf, Pedro Lodi.

O terreno destinado à implantação do Centro Administrativo de Belo Horizonte, desde a fundação da capital, sempre teve importância histórica. Idealizado como importante ponto na malha urbana original, inicialmente abrigou a Feira de Amostras e, até os dias atuais, serviu de estacionamento e usos de suporte ao Terminal Rodoviário. Tais usos auxiliaram na confirmação deste ponto nodal como sendo de extrema importância cívica e simbólica para os cidadãos belo-horizontinos. O esquema de concepção da cidade planejada por Aarão Reis e sua equipe considera a Avenida Afonso Pena como o eixo articulador da cidade. Neste caso, se os edifícios que simbolizavam os centros da política estavam geograficamente bem representados, o símbolo do comércio também comparece com força considerável, uma vez que a Feira de Amostras fora assentada no início do eixo da avenida.

Revisão da importância da centralidade e conexão: Considerando o tombamento do Conjunto Urbano Avenida Afonso Pena e Adjacências e o fato desta via ter sido projetada como principal eixo da cidade de Belo Horizonte, compreende-se a importância de se trabalhar neste ponto. Além da Praça da Bandeira, localizada no final da Avenida, o terreno desta intervenção é o único localizado exatamente no eixo do logradouro. Assim sendo, a presente intervenção parte da intenção de manter tal continuidade. Para tanto, o desenho urbano proposto aumenta os espaços de caminhamento tanto na conexão da Praça Rio Branco com o terreno do Centro Administrativo, quanto na praça criada contígua à Praça do Peixe. A conexão entre estas esplanadas dá-se através de passarelas mais generosas, que saem das laterais do TERGIP, passam pela Estação do Metrô e chegam à Lagoinha. Os pavimentos da torre localizados acima do nível térreo foram todos locados lateralmente ao terreno, para que visualmente o eixo pudesse ser liberado. É importante citar o simbolismo existente neste eixo, para além do seu tombamento. O desenho proposto para o início dos espaços do complexo do CABH corrobora a existência, ao longo da Avenida Afonso Pena, de monumentos nos pontos de cruzamento com outras vias, como é o caso do Obelisco - popularmente conhecido como “Pirulito” – da Praça Sete, no encontro com a Av. Amazonas, da estátua de Tiradentes na Praça Tiradentes, no encontro com a Av. Brasil, culminando com o mastro da bandeira do Brasil, na Praça da Bandeira. A existência da Bandeira, no final do logradouro, é fato importante, uma vez que temos um símbolo republicano, no alto da Afonso Pena, e o locus do Poder Executivo, no outro extremo do eixo.

Conexão Centro-Lagoinha: O bairro da Lagoinha vem sofrendo em média uma intervenção a cada década desde a fundação da cidade. Tais obras afastam cada vez mais o bairro periférico da zona central projetada por Aarão Reis. Do ribeirão Arrudas como barreira urbana, hoje há a necessidade de transpor, além do córrego canalizado, as linhas férreas e o complexo viário da Lagoinha, aumentando a "ponte" entre centro e bairro, tornando assim o percurso longo, árido e perigoso. A proposta desenvolvida para esta transição pretende trazer o bairro mais próximo ao centro, humanizando e vitalizando a travessia. Para isso, foi realizada a divisão da transposição em duas etapas: a primeira é a alça de passarela que atravessa do TERGIP para estação de metrô da Lagoinha. Replicando as varandas do projeto original do Terminal, incorpora-se a Estação do Metrô, criando uma unidade visual entre os distintos terminais de passageiros. A segunda etapa compreende o Parque da Lagoinha, que transformaria a travessia de uma passarela para um parque urbano, modificando a paisagem de um complexo viário para área verde de lazer e serviços. A Praça do Peixe está em uma cota próxima do nível de piso da varanda do TERGIP. Dessa maneira, ao elevar os pisos gramados do Complexo da Lagoinha, aterrando o fundo do vale, cria-se um grande platô sobre o complexo viário onde se desenvolveria o parque, ampliando as possibilidades de usos e de travessia. Além disso, tal aterramento possui outras vantagens, como a eliminação de áreas residuais do complexo viário e dos baixios dos viadutos, e a possibilidade de reduzir o impacto ambiental da escavação do subsolo para o complexo do Centro Administrativo de Belo Horizonte e do Túnel do metrô. Dentro da área destinada ao concurso, o Parque da Lagoinha terá cerca de 15 mil metros quadrados, expansíveis para quase 35 mil metros quadrados se usado em todo complexo viário.
CENTRO ADM DE BELO HORIZONTE ★
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