Trabalho realizado na disciplina de Laboratório de Desenho, no curso de Licenciatura em Artes Visuais, da Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB).
Esse trabalho tem como objetivo, narrar através dos desenhos o cotidiano de trabalho dos garis, com o proposito de mostrar a importância dos mesmos, enfatizando a questão social, em que muitas das vezes são tidos como seres invisíveis, por muitas pessoas enxergarem somente a função e não a pessoa, pois a invisibilidade social já está cotidianamente estabelecida e a sociedade acostumou-se a ela. Trazendo assim uma nova maneira de evidenciar aqueles menos percebidos no dia-a-dia.
Dona Tereza, 52 anos, mãe de três filhos, viúva a 11 anos. Trabalha como gari a 7 anos, de onde vem metade da renda mensal, já que recebe uma pensão por morte do marido.
"Boa parte das pessoas que passa por eu e meus companheiros, não falam nem um bom dia. Mas já to acostumada."
Senhor João, 38 anos, casado, pai de dois filhos, um de 12 e outro de 14, trabalha como gari a 6 anos, sendo a fonte de renda da família.
"Gosto de trabalhar como gari, já acostumei, não ligo se as pessoas me cumprimenta,o que importa é que eu faça o trabalho direito".
Senhor Luiz, 57 anos, 11 destes trabalhando como gari, casado com dona Maria. Sendo este trabalho a fonte do sustento da família.
"Gosto do meu trabalho, o ruim do serviço é o sol quente, e umas pessoas que passa por eu na rua e faz cara feia ou de pena. Mas já to bem acostumado, pois acontece todo dia".
A construção desse trabalho foi de grande valia, pois conseguimos entender melhor como os garis são enxergados atualmente pela maioria da sociedade, e como eles se sentem com essa exclusão.
Tivemos oportunidade de vivenciar o cotidiano dos mesmos, desde o inicio do turno de trabalho, até a volta pra casa, e através desse contato, percebemos ainda mais a importância desta função, e como hoje em dia pouca coisa determina quem uma pessoa é.
Exposição
A exposição ocorreu no dia 23 de Março na UFOB.
A narrativa visual foi escolhida para o trabalho final em primeiro momento por ter sido o trabalho realizado durante o semestre que teve mais importância, consequentemente de maior dedicação, assim, o que mais gostei.Alem de colocar em foco a questão da invisibilidade.
A exposição dos desenhos foi feita de forma que ficaram pendurados ao teto por uma linha de náilon, dando uma ideia de que estavam flutuando.
Fotos: Alenice Almeida
